quarta-feira, 28 de novembro de 2007

*Artigo sobre o preconceito,feito durante as aulas de Oficina de Leitura e Escrita*

°Em cada um de nós°


Ele está inerente em todos. Ele não desconhece cor, nem gênero e idade. Mas ele é o grande responsável por segregações neste e em todos os outros âmbitos da vida social. Muitas pessoas negam, mas todas são “mordidas” por um “bicho” chamado preconceito.
Estamos acostumados com o pensamento de que o modo de se vestir e a condição social e financeira falam muito acerca do caráter e da capacidade de alguém. Baseados nisso, mesmo que inconscientemente, criamos conceitos antecipados. Mas o grande problema não está aí, e sim no modo como agimos e tratamos as pessoas com base nesses conceitos, estejam eles corretos ou não.
Talvez por medo de encarar o novo, de fugir às regras ou dar de frente com uma visão de mundo que parece mais conveniente que a sua, o ser humano criou essa forma tão medíocre de avaliar o outro. Na verdade, o preconceito muitas vezes funciona como uma arma, uma maneira de calar e oprimir pessoas, atitudes e comportamentos que possam pôr fim aos costumes antigos, ao modo sempre igual de se viver. O preconceito sexual, por exemplo, procura impor barreiras ao homossexualismo, que ainda é visto com maus olhos por grande parte da sociedade e representa um tipo de comportamento amoral de acordo com as normas desta.
O preconceito é ainda usado por muitos como um esconderijo, um refúgio, uma maneira de afirmarem-se superiores, “normais”. Daí o grande poder que ele tem de dividir a sociedade, limitar a visão que um indivíduo tem do outro, tornar difíceis as relações interpessoais e sociais e causar injustiças.
O preconceito exerce uma influência tão grande sobre as pessoas a ponto de muitas não se aceitarem como são física e/ou financeiramente, porque grande parte da sociedade as olha com olhos de discriminação. Ele é tão grande e poderoso que cria idéias fixas e erradas que já passamos a tomar como reais. Ele é tão agressivo, mas ao mesmo tempo tão sutil, que constantemente passa despercebido. Ele está em mim, ele está em você. E nós, na condição de seres sociais, devemos ser também seres sociáveis, pois, limitando o outro a conceitos prontos e equivocados, estamos limitando também a nossa capacidade de lidar com coisas diferentes, estamos nos negando a oportunidade de criar e recriar idéias.

'Luciane Almeida de Jesus'

Nenhum comentário: